quarta-feira, 15 de abril de 2009

A PRECE



Um recurso muito eficaz em meio a tantas lutas que enfrentamos e que muitas vezes esquecemos de utiliza-lo é a prece. Muitas vezes mal compreendida, não percebemos o potencial de renovação e paz encontrada numa prece proferida pelo coração!! Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, diz Allan Kardec : Os Espíritas sempre disseram: “A forma não é nada, o pensamento é tudo. Faça cada qual a sua prece de acordo com as suas convicções, de maneira que mais lhe agrade, pois um bom pensamento vale mais do que numerosas palavras que não tocam o coração”. Os Espíritos não prescrevem nenhuma fórmula absoluta de preces, e quando nos dão alguma, é para orientar a nossa idéia, e sobretudo para chamar a nossa atenção sobre certos princípios da doutrina espírita. Ou ainda com o fim de ajudar as pessoas que sentem dificuldades em exprimir suas idéias, pois estas não consideram haver realmente orado, se não formularam, bem os seus pensamentos.
Vemos pelo comentario que a força da prece não está propriamente nas palavras usadas, mas no pensamento unido ao sentimento com que ela é feita. Diz ainda Kardec no Cap. XXVII, de O Evangelho Segundo o Espiritismo: O Espiritismo nos faz compreender a ação da prece, ao explicar a forma de transmissão do pensamento, seja quando o ser a quem oramos atende ao nosso apelo, seja quando o nosso pensamento eleva-se a ele. Para se compreender o que ocorre nesse caso, é necessário imaginar os seres, encarnados e desencarnados, mergulhados no fluido universal que preenche o espaço, assim como na Terra estamos envolvidos pela atmosfera. Esse fluido é impulsionado pela vontade, pois é o veículo do pensamento, como o ar é o veículo do som, com a diferença de que as vibrações do ar são circunscritas, enquanto as do fluido universal se ampliam ao infinito. Quando, pois, o pensamento se dirige para algum ser, na terra ou no espaço, de encarnado para desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece de um a outro, transmitindo o pensamento, como o ar transmite o som.
E essa explicação fica mais clara diante das recentes pesquisas medicas sobre o assunto, como do médico Randolph Byrd, do Hospital Geral de São Francisco, na California, EUA. Ele pesquisou um grupo de 393 pacientes da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) coronariana que recebiam o mesmo tratamento médico. Eles foram divididos em dois grupos e um deles recebia prece intercessória a distância. Os resultados da pesquisa mostraram que, após receberem preces, os doentes melhoravam em alguns aspectos. Eles necessitavam de menos medicamentos como antibiótico e diurético, sofriam menos edema de pulmão e insuficiência cardíaca e quase não precisavam ser entubados para manutenção da respiração. Pesquisa semelhante tambem realizou o médico e professor titular de Imunologia da Faculdade de Medicina (FMD) da Universidade de Brasília (UnB), Carlos Eduardo Tosta, o diferencial foi o envolvimento de pessoas sadias, no lugar de enfermos. Participaram 52 estudantes de medicina, divididos em pares do mesmo sexo e da mesma idade. A idéia era verificar se a prece intercessória a distância poderia alterar a função de células de defesa, como os monócitos e os neutrófilos. Para a satisfação da equipe, os resultados revelaram que as células de defesa sofreram influência da prece. Quando os indivíduos que receberam a prece foram comparados com os que não receberam, ou o mesmo indivíduo foi comparado antes e depois de ser alvo da prece, comprovou-se que a prece aumentou a estabilidade da função celular, o que quer dizer que as células funcionaram melhor. “Quando interpretamos os dados, observamos que a prece teve o papel de induzir equilíbrio e isso faz sentido, já que em medicina equilíbrio é sinônimo de saúde”, explica o pesquisador responsável pelo estudo.


Realmente dia-a-dia o homem vem sendo chamado a prestar mais atenção em seu equibrio para alcancar uma saúde integral e a prece é um excelente recurso para o bem-estar, nos mantendo em contato com as forças sublimes da vida espiritual, pois quanto mais nos apegamos ao lado material e transitório, mais sofremos, mais dificuldades possuimos para superar as adversidades da nossa jornada. A prece nada tem que ver com formulas misticas, mas é potencial realizador em nossas vidas... que possamos nos tornar mais conscientes disso e de pensamento limpo, adentrarmos ao quarto de nosso coração, assim como Jesus nos recomendou, e na simplicidade e silencio de seu interior, falarmos com o Pai Maior, que na verdade não está nada distante de nós, mas encontra-se, invariavelmente, dentro de nós mesmos. E que assim possamos cultivar em nosso caminho a Sua Luz e Paz, como nos inspira a prece abaixo, feita pelo espirito Agar, transmitida a nós pela mediunidade de Chico Xavier:

Pai de infinita Bondade, sustenta-nos o coração no caminho que nos assinalaste!
Infunde-nos o desejo de ajudar àqueles que nos cercam, dando-lhes das migalhas que possuímos para que a felicidade se multiplique entre nós.
Dá-nos a força de lutar pela nossa própria regeneração, nos círculos de trabalho em que fomos situados, por teus sábios desígnios.
Auxilia-nos a conter as nossas próprias fraquezas, para que não venhamos a cair nas trevas, vitimados pela violência.
Pai, não deixes que a alegria nos enfraqueça e nem permitas que a dor nos sufoque.
Ensina-nos a reconhecer tua bondade em todos os acontecimentos e em todas as cousas.
Nos dias de aflição, faze-nos contemplar tua luz, através de nossas lágrimas e nas horas de reconforto, auxilia-nos a estender tuas bênçãos com os nossos semelhantes.
Dá-nos conformação no sofrimento, paciência no trabalho e socorro nas tarefas difíceis.
Concede-nos, sobretudo, a graça de compreender a tua vontade seja como for, onde estivermos, a fim de que saibamos servir em teu nome e para que sejamos filhos dignos de teu infinito amor.
Assim seja.


Diogo Caceres

terça-feira, 7 de abril de 2009

O lirismo (aqui e no além) de Guilherme de Almeida

Bom dia amigos e amigas que acompanham esse blog. Peço imenso perdão pela ausencia, mas depois de uma temporada afastado retorno com muita saudades de todos!! Agradeço muito o carinho de todos que nesse periodo passaram e deixaram seus pensamentos e opiniões, que Deus os abençoe sempre!! Agradeço tambem, a minha amiga Deia (bluebutterfly - http://www.aparakaki.blogspot.com/), pelo apoio e insentivo constante, realmente uma menina de ouro!!! Bem retorno com essa matéria, desejoso que todos tenham uma semana recheada de paz e que possam traçar mais algumas linhas da linda poesia que é a vida de cada um que por esse caminho passa!!! Grande abraço!!






Guilherme de Almeida nasceu em 24 de julho de 1890, em Campinas, SP, e morreu na capital paulista, em 11 de Julho de 1969. Em 1912, concluiu a Faculdade de Direito de São Paulo. Contudo, durante anos, a profissão que exerceu foi a de redator nos jornais O Estado de São Paulo, Folha da Manhã, Folha da Noite e Diário de São Paulo. Além disso, fundou o Jornal de São Paulo e também foi presidente da Associação de Imprensa.
Guilherme de Almeida participou ativamente da Semana da Arte Moderna em 1922. Pertenceu à Academia Brasileira de Letras e a diversas instituições culturais estrangeiras. Suas poesias foram publicadas pela primeira vez em 1917, no livro Nós. Vieram depois: A Dança das Horas (1919), Messidor (1919), Encantamento (1925) e outros, num total aproximado de 50 volumes, incluindo prosa e traduções.
Apreciemos o lirismo de Guilherme de Almeida em dois poemas: Nós, composto quando encarnado e Terceiro Soneto, recebido pelo médium Jorge Rizzini, publicado em Antologia do mais Além.








Nós
(Guilherme de Almeida - Encarnado)

Nessa tua janela, solitário,
entre as grades douradas da gaiola,
teu amigo de exílio, teu canário
canta, e eu sei que este canto te consola.

E, lá na rua, o povo tumultuário
ouvindo o canto que daqui se evola
crê que é nosso romance extraordinário
que naquela canção se desenrola.

Mas, cedo ou tarde, encontrarás, um dia,
calado e frio, na gaiola fria,
o teu canário que cantava tanto.

E eu chorarei. Teu pobre confidente
ensinou-me a chorar tão docemente,
que todo mundo pensará que eu canto.












Terceiro Soneto
(Guilherme de Almeida - Espirito)

Mas não te olvidei, meiga companheira!
Nem tu guardaste o meu velho retrato...
A vida é peça eterna, e a morte, um ato:
Não tem o amor limite nem fronteira!

Minha alma é da tua prisioneira...
E eis que ergo vôo, e como Ser abstrato
Avanço pelo céu - como um extrato!
Buscando a nossa casa derradeira...

E te vejo a lembrar nosso passado:
Juras de amor... bilhetes cor-de-rosa...
Alamedas... E, ali fico ao teu lado

E a nos fitar a imagem de Jesus...
E beijo tua face inda formosa,
Emoldurada por intensa luz...


Por Altamirando Carneiro - texto retirado da Ed. nº 55 da Universo Espirita