quinta-feira, 10 de setembro de 2009

A Tristeza

“Porque a tristeza, segundo Deus, opera arrependimento para a salvação, o qual não traz pesar; mas a tristeza do mundo gera a morte.”
— Paulo. (2ª EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS, capítulo 7, versículo 10.)


O homem chegou em casa, naquela noite, trazendo o mau humor que o caracterizava há alguns meses. Afinal, eram tantos os problemas e as dificuldades, que ele se transformara em um ser amargo, triste, mal humorado. Colocou a mão na maçaneta da porta e a abriu. A luz acesa na cozinha iluminava fracamente a sala que ele adentrou. Deteve o passo e pôde ouvir a voz do filho de seus quatro anos de idade:
- Mamãe, por que papai está sempre triste?
Não sei, amor, respondeu a mãe, com paciência. Ele deve estar preocupado com seus negócios.
O homem parou, sem coragem de entrar e continuou ouvindo:
- Que são negócios, mamãe?
- São as lutas da vida, filho.
Houve uma pequena pausa e depois, a voz infantil se fez ouvir outra vez:
- Papai fica alegre nos negócios?
- Fica, sim, respondeu a mãe
- Mas, então, por que fica triste em casa?
Sensibilizado, o pai de família pôde ouvir a esposa explicar ao pequenino:
- Nas lutas de cada dia, meu filho, seu pai deve sempre demonstrar contentamento. Deve ser alegre para agradar o chefe da repartição e os clientes. É importante para o trabalho dele. Mas, quando ele volta para casa, ele traz muitas preocupações. Se fora de casa, precisa cuidar para não ferir os outros, e mostrar alegria, gentileza, não acontece o mesmo em casa.
- Aqui é o lar, meu filho, onde ele está com o direito de não esconder o seu cansaço, as suas preocupações.
A criança pareceu escutar atenta e depois, suspirando, como se tivesse pensado por longo tempo, desabafou:
- Que pena, hein, mãe? Eu gostaria tanto de ter um pai feliz, ao menos de vez em quando. Gostaria que ele chegasse em casa e me pegasse no colo, brincasse comigo. Sorrisse para mim. Eu gostaria tanto...
Naquele momento, o homem pareceu sentir as pernas bambearem. Um líquido estranho lhe escorreu dos olhos e ele se descobriu chorando.
Meu Deus, pensou. Como estou maltratando minha família.
E, ainda emocionado, irrompeu pela cozinha, abriu os braços, correu para o menino, abraçou-o com força e lhe convidou:
- Filho, vamos brincar?
-.-.-.-
Há tempos a sombra da tristeza vem abatendo  muitos corações, trazendo pesar e angustias... familias que não dialogam, trabalhadores infelizes com suas ocupações, pessoas que vêem a vida em tons cinzas e pretos... apesar de todos os recursos e facilidades a disposição do ser humano, o encontramos muitas vezes melancólico e desesperançado quanto a vida e seu futuro.
É certo que todos somos humanos, temos nossos momentos de dificuldade e muito natural que tenhamos momentos de tristeza. Inclusive médicos, psicólogos e psicanalistas do mundo todo começam a levantar uma bandeira que pode parecer estranha: a de que a tristeza não deve ser evitada a qualquer custo, pois faz parte do nosso cotidiano e até nos ajuda a crescer. “Há um sentido existencial nesse sentimento, pois ele nos faz questionar a nossa vida e buscar caminhos alternativos”, defende o psicólogo Fabiano Murgia, de São Paulo, em entrevista a revista Saúde é Vital e também autor do livro Salve a Depressão (Editora Edicta). Ele acredita que os quadros depressivos geralmente são criados por emoções mal resolvidas. Essa tristeza podemos considerar ser a “tristeza segundo Deus”, nas palavras de Paulo de Tarso. É como um “cair” em si, nos fazendo despertar para nosso intimo, para nossos sentimentos e como estamos conduzindo nossa vida. Quando nos percebemos numa encruzilhada e decidimos que temos de mudar nossos hábitos e forma como enxergamos o mundo. Libertamos-nos do pesar e das culpas, do orgulho e da vaidade e decidirmos dar valor ao que realmente importa em nosso caminho. Em geral o homem de hoje, nas sábias palavras de Dalai Lama, perde a saúde para ganhar dinheiro e depois gasta todo dinheiro para recuperar a saúde, vive como se não fosse morrer e morre como se não tivesse vivido. Inevitavelmente acaba se angustiando por não encontrar a felicidade no materialismo da sociedade. A angustia deve ser encarada como o “termômetro” da alma... quando temos febre, não é ela em si o problema. Nosso organismo está indicando que há algo errado com ele. Quando estamos angustiados é um sinal da alma, nos avisando que algo em nosso mundo intimo necessita ser modificado.

Mas há também uma segunda tristeza, a “tristeza do mundo”, que vem atormentando a muitos de nós... quando saímos daqueles  momentos de tristeza para uma vida de tristeza, aflição, reclamações e queixas sem parar contra Deus e o mundo, revivendo com insistência quadros tristes vividos no passado, pessimismo e a tão famosa melancolia (falta de prazer nas atividades diárias, desânimo sem uma causa real, como a morte de um ente querido, por exemplo), que é considerada uma das características da depressão. Já no século V a.C., Hipócrates, considerado Pai da Medicina, classificou a melancolia como doença. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a doença atinge cerca de 121 milhões de pessoas no planeta. Desse total, apenas 25% recebem tratamento adequado. Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capitulo V, o espírito François de Genéve, nos questiona: Sabeis por que uma vaga tristeza se apodera por vezes de vossos corações, e vos faz sentir a vida tão amarga? E assevera: É o vosso Espírito que aspira à felicidade e à liberdade, mas, ligado ao corpo que lhe serve de prisão, se cansa em vãos esforços para escapar. E, vendo que esses esforços são inúteis, cai no desânimo, fazendo o corpo sofrer sua influência, com a languidez, o abatimento e uma espécie de apatia, que de vós se apoderam, tornando-vos infelizes.

É nosso descaso da nossa realidade de espíritos imortais, destinados a construir a própria felicidade através de seu trabalho não só material, mas também espiritual, que nos faz entrar em desespero, nos revoltar e nos entregarmos a desesperança diante dos problemas da vida. Se vivêssemos na plena certeza de que cada dificuldade é um degrau a mais, que serve para nos alavancar no progresso espiritual, não haveriam obstáculos que não superassemos. Essa tristeza segundo o mundo realmente nos conduz a morte... a morte da alegria, da paz, da felicidade, que em muitos casos levam pessoas a fuga da própria vida, através do suicidio! Por isso nos pede François : Acreditai no que vos digo e resisti com energia a essas impressões que vos enfraquecem a vontade. Essas aspirações de uma vida melhor são inatas no Espírito de todos os homens, mas não a busqueis neste mundo(...)Pensai que tendes a cumprir, durante vossa prova na Terra, uma missão de que já não podeis duvidar, seja pelo devotamento à família, seja no cumprimento dos diversos deveres que Deus vos confiou. Por isso devemos estar atentos diante das lutas que surgem em nossa estrada, sejam no trabalho, sejam no ceio da família. É a missão que nos cabe realizar para nossa verdadeira felicidade. A lutas diarias se compõe de mil vicisitudes que acabam por nos ferir. Mas jamais nos entregarmos logo no primeiro “round” . Devemos persistir e crer que a vida deve e pode ser melhor, seguindo o conselho de Paulo em sua epistola aos Tessalonicenses 5:8, “tende por capacete a esperança na salvação”!!
Protejamos nossa mente do desânimo, com o constante otimismo, a perseverança de quem sabe possuir em si a força, a coragem, a luz que Jesus asseverou que devêssemos fazer brilhar e não colocá-la escondida sob o alqueire de nossos medos e inseguranças. Não tenhamos medo de encarar as sombras que muitas vezes acalentamos em nosso intimo, pelo contrario, façamos luz sobre elas a fim de que sejam dissipadas. Vamos assumir nossa grande missão de sermos felizes e fazermos felizes os que estejam a nossa volta. Sejamos alegres e façamos os outros alegres. Se surgir a tristeza natural, que faz parte da nossa jornada, mas não deixemos que ela governe nossa vida, que ela sirva de instrumento de renovação. Sejamos artistas que pintam o quadro da vida em tons multicolores. Trabalhemos pela nossa segurança intima. Como diz um velho provérbio hindu, “o coração que está em paz vê uma festa em todas as aldeias”. Grande abraço a todos!!

Diogo Caceres

terça-feira, 1 de setembro de 2009

TEMPO DE CONFIANÇA



Todos já vivemos tempos de turbulência em nossas vidas. Momentos de dor, de dificuldades que se assemelham a terrível tempestade que ameaçam virar o barco de nossa vida... surgem essas tempestades de diversas formas: uma doença, um conflito com o parente difícil, problemas no trabalho, a partida de um ente querido, a desilusão que vem de forma inesperada, etc. Situações que muitas vezes parecem espremer o coração.

Há séculos atrás o Divino Amigo Jesus, como relatado em Marcos, 4:35-41, nos passa significativa lição sobre o assunto. Após um dia a consolar e envolver as multidões em suas palavras e vibrações de amor, disse aos discípulos que deveriam atravessar o mar da Galiléia, também conhecido como lago de Genesaré. Adentrando ao barco Jesus se recosta a popa do barco e começa a dormir. Em meio a viagem, o céu antes azul e sem nuvens, dá lugar a terrível temporal, nuvens escuras, raios faíscam, ondas sobem por cima do barco... assustados os discípulos correm a acordar o Mestre Amigo: socorre-nos que perecemos, afirmam!!
Jesus levanta-se, repreende o vento e diz ao mar: Cala-te, aquieta-te. E o vento se aquietou, e houve grande bonança. E disse-lhes: Por que sois tão tímidos? Ainda não tendes fé? E sentiram um grande temor, e diziam uns aos outros: Mas quem é este, que até o vento e o mar lhe obedecem? Cena memorável, que mexe com nossos pensamentos e sentimentos e nos leva também a nos questionar: onde está a nossa fé?
Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capitulo 19, em Instrução dos Espíritos, um Espírito Protetor afirma: A fé é o sentimento inato, no homem, da sua destinação. É a consciência das prodigiosas faculdades que traz em germe no íntimo, a princípio em estado latente, mas que ele deve fazer germinar e crescer, através da sua vontade ativa. Nos dias atuais vemos a realidade dessas faculdades prodigiosas, demonstrada pela própria ciência que confirma os benefícios da fé no controle de uso de drogas e de álcool; influência na não participação em crimes; ainda, diversos estudos descobriram que altos níveis de comprometimento religioso resultam em níveis mais baixos de depressão e estresse, e também na estabilidade familiar, recuperações de enfermidades graves, seja pela convicção própria como também pela intervenção de terceiros, através da prece. O Espírito Protetor ainda assevera: A fé é humana ou divina, segundo a aplicação que o homem der às suas faculdades, em relação às necessidades terrenas ou às suas aspirações celestes e futuras. O homem de gênio, que persegue a realização de um grande empreendimento, triunfa se tem fé, porque sente em si mesmo que pode e deve triunfar, e essa certeza íntima lhe dá uma extraordinária força. O homem de bem que, crendo no seu futuro celeste, quer preencher a sua vida com nobres e belas ações, tira da sua fé, da certeza da felicidade que o espera, a força necessária, e ainda nesse caso se realizam os milagres da caridade, do sacrifício e da abnegação. Por fim, não há más inclinações que, com a fé, não possam ser vencidas.

Cientes disso, pegamo-nos a refletirmos: dizemos muitas vezes que somos pessoas de fé, que confiamos, que fazemos e desfazemos, mas diante do primeiro obstáculo desanimamos, desistimos e acreditamos que não será possível continuar. Quantas vezes nos apegamos a superstições como solução de nossos temores ou problemas? Conhecia um colega que não saia de casa sem um pé de coelho de casa, senão dava “má sorte”... o curioso é que o pé não havia dado sorte ao coelho. O mesmo se dá com os signos, os jogos de cartomancia, etc. Isso ocorre porque muitas vezes nós possuímos uma fé sem bases, dizemos que acreditamos, mas não sabemos por que acreditamos em algo. Nesse sentido, a fé pode ser racionada ou cega. A fé cega nada examina, aceitando sem controle o falso e o verdadeiro, e a cada passo se choca com a evidência da razão. Levada ao excesso, produz o fanatismo. Quando a fé se firma no erro, cedo ou tarde desmorona. Por isso inevitável afirmarmos com Allan Kardec, codificador da doutrina Espírita: "só é inabalável a fé que pode enfrentar a razão face a face, em todas as épocas da Humanidade".

Em verdade só descobrimos a fé inabalável diante dos embates do caminho... a fé é testada diante das inúmeras provações, que mais não fazem do que burilar nosso intimo, fazendo despertar as faculdades prodigiosas que todos possuímos... inúmeros dos milagres de toda a historia humana se explicam por essa capacidade divina em nós, que nada mais é que resultado de uma lei natural, apenas desconhecida do homem, como também era desconhecida a eletricidade, o magnetismo, a força da gravidade. Somos como o minério bruto que retirado da natureza é lapidado até se transformar num brilhante diamante!! Mas para que possamos superar os golpes do “ourives” que é a vida, precisamos acreditar em nosso potencial, compreendermos que há uma Inteligência Superior, que deixa sua assinatura na natureza em nossa volta. Que nos criou para a felicidade, que é construída diariamente a cada superação, a cada vitória, por mais pequenina que seja. Sejamos então otimistas, mesmo diante das maiores dificuldades, por que essa é a verdadeira lógica. Como disse Helen Keller, escritora, conferencista e ativista social estadunidense ( que ficou cega e surda, desde tenra idade, um dos maiores exemplos de que as deficiências sensoriais não são obstáculos para se obter sucesso), “o otimismo é a fé em ação. Nada se pode levar a efeito sem otimismo”.

O que não nos faltam são exemplos da importância dessa fé em ação e de como sua ausência pode nos atravancar o caminho. A primeira mulher a atravessar a nado o Canal da Mancha foi uma jovem de vinte anos de idade. Seu nome era Gertrude Ederle e esse fato se deu no dia 6 de agosto de 1926. Depois dela, uma outra mulher, de trinta e quatro anos, Florence Chadwick, tornou-se a primeira mulher a atravessar o Canal da Mancha, nos dois sentidos. Mas, em 1952, essa mesma mulher decidiu atravessar a nado os 33 km entre a Ilha de Catalina e Long Beach, na Califórnia. O dia 4 de julho, escolhido para a proeza, não estava propício. A manhã estava muito fria e havia um nevoeiro intenso. Ela se preparou e mergulhou na água. Contudo, mal conseguia ver os barcos que a acompanhavam. O nevoeiro era denso. O frio e o cansaço não conseguiam fazê-la desistir. Ela podia ouvir as vozes de incentivo do treinador. Contudo, as forças a foram abandonando. Ela continuou nadando. Era a sua determinação a lhe ordenar que prosseguisse. Mas, um pouco antes de chegar à praia, ela pediu para ser recolhida a bordo. De nada valeram as rogativas de sua mãe e de seu treinador.
-Não posso mais! Não agüento mais! Dizia ela. Minutos depois ela descobriu que restavam apenas oitocentos metros para chegar à praia. Ante a desolação dos que lhe seguiam os esforços de perto, incentivando-a, falou: "não estou dando desculpas, mas se eu tivesse conseguido ver a praia, poderia ter chegado até lá." Florence Chadwinck foi vencida não pelo frio, nem pelo cansaço. Foi derrotada pelo nevoeiro. Com os homens, ocorre de forma semelhante. O nevoeiro da incredulidade interfere em muitos caminhos,  nos entregando à desesperança, desistindo as vezes muito perto de alcançarmos a vitória.
Que, portanto, possamos construir em nosso dia-a-dia a fé que nos permita a serenidade diante das lutas, a coragem que nos impulsiona a superação, o otimismo que jamais nos deixe cair no poço escuro do pessimismo, o amor que nos auxilie a compreender a todos a nosso volta. Hora de assumirmos o leme do barco da vida, não nos desesperando mais diante das tempestades que surgirem no percurso. Não estamos sós, há sim uma Providencia a nos amparar em todos os momentos. É chegado o tempo da confiança, que nos permita enxergar o destino a que nos propomos chegar, com perseverança e muito alegria. Abraço a todos!

Diogo Caceres

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

A Lei de Amor

"Não existe maior incitamento ao amor do que adiantar-se a amar." (Santo Agostinho)

Dizem que o bom filho a casa torna, pois aqui estou de regresso, nesse recanto de reflexão, retomando as atividades da minha casa, do lar onde deposito e compartilho meus sentimentos e pensamentos, afinal lar é onde o coração está! Desde já peço que todos os amigos perdoem essa ausência.
Retorno com muito amor no coração, pois creio que o amor é a solução para as dificuldades de qualquer pessoa. Não falo aqui do amor no sentido vulgar do termo, pois inúmeras vezes o confundimos com as paixões do dia-a-dia, com desejo e até com sexo casual. Me refiro aquele Sol Interior que nos aquece a alma e ilumina a todos em nosso redor, trazendo coragem para as lutas e esperança de dias melhores. Falo daquela elevação de sentimento que nos permite doarmo-nos ao nosso semelhante, vencendo qualquer barreira entre nós, pois como disse o romancista Dostoievski, “amar alguém significa ver essa pessoa como Deus a concebeu”.
E falando de amor, não podemos ter referência melhor do que a do doce rabi da Galiléia. Homem tão extraordinário,  marcou inesquecívelmente a humanidade, que a própria historia é dividida em antes e após ele. Certa feita, novamente cercado pela multidão de sofredores de todos os tipos, em busca de consolo, de amparo, de esperança, numa região tão árida, de corações muitas vezes tão áridos quanto, é interrogado por um doutor da lei: “Qual o maior preceito da lei?”. E o Divino Amigo lhe responde, diante da multidão atenta: “O maior mandamento é este: amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.” E continuou: “o segundo é semelhante a este: amarás o teu próximo como a ti mesmo” E concluiu: “Nestes dois mandamentos estão contidos toda a lei e os profetas” (Matheus 22,34-41). Onde antes havia a lei do mais forte, onde habitava a lei da revanche, da discórdia, do “olho por olho, dente por dente”, passava, com Jesus, a ser compreendida a realidade da Lei do Amor. Lei que iguala a todos os homens, sejam ricos ou pobres, brancos ou negros, homens ou mulheres, pois necessitamos uns dos outros e devemos concorrer para a felicidade de todos!!
Já se passaram mais de 2.000 anos, quando Jesus pronunciou a divina palavra amor, iluminando corações de tal forma, que inúmeros não se importaram de sacrificar a própria vida em nome de ideal tão elevado, mas observando a situação atual de nossa sociedade, com avanços fantásticos na medicina, na era dos jatos supersônicos, no dia-a-dia com os meios de comunicação, como a internet, que nos permite nos relacionarmos com pessoas de qualquer ponto do planeta, ecoa grande questão no ar: nós vivemos numa sociedade que vivencia plenamente o amar ao próximo como a si mesmo? Nós aprendemos a amar?
Observando o homem dos dias de hoje, aflito, angustiado, enfrentando a chamada doença do século, a depressão, chegamos a conclusão que não. Quantas pessoas encontramos em nosso dia-a-dia que se afirmam infelizes, ou se não dizem demonstram pelo desanimo, pela desesperança, pela amargura e revolta? Apesar do avanço dos meios de comunicação, que nos permite cada vez mais contato uns com os outros, ainda não aprendemos a lidar com nosso semelhante, a nos relacionar. Exacerba o egoísmo, o individualismo, a competição. Mesmo diante de tantas facilidades da atualidade, vemos que mais até do que pão, o homem tem necessidade de amor. E muitos já afirmam: sou carente de amor, não sou amado!!! Mas a grande realidade é que somos carentes de amar. Não ser amado é uma simples desventura, a verdadeira desgraça é não saber amar.
Há diversos exemplos de pessoas que desistiram de se relacionar com o próximo, por decepções e desilusões que sofreram, como certa senhora, cuja a casa parecia um canil, devido o grande número de animais que possuía. Até aí nada de extraordinário, mas o que chamava a atenção era o fato de um dos cães comer a mesa com ela e dormir na mesma cama. As pessoas achando estranho a situação, lhe perguntaram: - por que este cão come e dorme com você? Porque eu decidi que vou gostar só de bicho, o ser humano é muito complicado, respondeu ela.
- Mas por que você pensa assim? Respondendo: - Olha, eu me decepcionei tanto com as pessoas que agora só quero o amor dos cães. Eles não traem, não mentem e melhor de tudo, obedecem sem reclamar!!! Isso acabou se tornando uma fuga para ela por não aprender a lidar com seus sentimentos.

O amor é uma construção diária, mas para alcançá-lo precisamos aprender a gostar das pessoas, por mais complicadas que elas sejam... É necessário erguermos o edifício do amor, através do convívio. Em O Livro dos Espiritos, na questao nº 768, Allan Kardec pergunta aos Espíritos superiores: O homem, ao buscar a sociedade, obedece apenas a um sentimento pessoal ou há também nesse sentimento uma finalidade providencial, de ordem geral? E eles lhe respondem: — O homem deve progredir, mas sozinho não o pode fazer pois não possui todas as faculdades; precisa do contato dos outros homens. No isolamento ele se embrutece e se estiola.
Então conviver é uma lei natural... devemos buscar o próximo para nosso crescimento intelectual, mas também moral!!! E para isso temos que nos concentrar não nos seus defeitos, mas nas suas qualidades... por mais diferente que alguém nos pareça, sempre possui uma qualidade. Precisamos nos focar na dor que o nosso semelhante possui e como podemos minorá-la e meus amigos, se abrirmos nossos olhos, quantas dores maiores que as nossas vamos encontrar. Utilizarmos nossa vontade de nos aproximarmos do outro. E para isso, inevitável, precisamos trabalhar nossa sensibilidade para com o próximo. Conta o escritor Tom Anderson que certa vez ouviu alguém afirmar que o amor deve ser exercitado como um ato da vontade. Uma pessoa pode demonstrar amor através de gestos simples. Impressionou-se com o que ouviu. Reconheceu-se egoísta e que havia se tornado insensível ao amor familiar. Ficou imaginando que poderia melhorar o relacionamento afetivo se deixasse de criticar tanto a esposa e os filhos. Se não ligasse a televisão somente no canal de seu interesse. Se deixasse de se concentrar na leitura do jornal e desse um pouco de atenção aos familiares. Durante as férias de duas semanas, em que estavam juntos na praia, decidiu ser um marido e pai carinhoso.
No primeiro dia, beijou a esposa e falou como ela estava bem, vestindo aquele suéter amarelo. Você reparou! – falou admirada. Logo que chegaram à praia, Tom pensou em descansar. Mas a esposa o convidou para dar um passeio, junto ao mar. Ia recusar, mas lembrou da promessa que fizera a si mesmo, por isso foi com ela. No outro dia, a esposa o convidou para visitar um museu de conchas. Ele detestava museus, mas foi. Numa das noites, não reclamou quando a ela demorou demais para se arrumar e eles chegaram atrasados a um jantar. E assim se passaram doze dias. As férias estavam por terminar. Entretanto, Tom fizera a promessa de continuar com aquela disposição de expressar amor. Foi então que ele surpreendeu a esposa muito triste. Perguntou-lhe o motivo, ela lhe indagou: você sabe de alguma coisa que eu não sei?

Por que pergunta? Disse o marido. Bem, é que eu fiz aqueles exames rotineiros há algumas semanas. Segundo me disse o médico, estava tudo bem. Mas, por acaso ele disse alguma coisa diferente para você? Não, afirmou Tom. Claro que não. Por que deveria?
É que você está sendo tão bom para mim que imaginei estar com uma doença grave, que iria morrer. Não, querida, tornou a falar Tom, sorrindo, você não está morrendo. Eu é que estou começando a viver.

E da mesma forma, começamos nós também a viver, a partir que nos permitamos nos sensibilizar com o próximo, nos colocar em seu lugar, fazendo a ele tudo que gostaria que nos fizesse, não importando se retribui ou não esse amor. Jesus foi o Mestre da Sensibilidade! Vemos um episodio do evangelho, Jesus visitando certa aldeia, cercado mais uma vez de uma multidão.... lá um publicano de nome Zaqueu deseja ardentemente ver esse novo profeta que traz uma mensagem de Paz e de amor, dessedentando a tantos sequiosos da água divina de seu coração. Não podendo se aproximar, Zaqueu sobe em uma arvore para ver Jesus... Jesus o vendo, pede que desça pois ficará em sua casa... Zaqueu desce feliz da vida, emocionado pela consideração... estando já em casa diante de Jesus e dos discípulos, assevera que restituirá a quem prejudicou ao quádruplo e dará metade de sua fortuna aos pobres, tão tocado que foi por Jesus e seu exemplo renovador! Tudo isso porque Jesus teve a sensibilidade de ver através do "publicano"... assim como viu alem da mulher possuída por espíritos malignos em Maria de Magdala, que encerra sua caminhada terrena com o coração iluminado de amor socorrendo aos desamparados no Vale dos Leprosos. Assim como viu alem do que o doutor da lei fanático e perseguidor de cristãos em Saulo de Tarso, vindo a convidá-lo na estrada de Damasco, a espalhar sua boa nova, a Lei de Amor, como Paulo de Tarso a todos os povos. Ora, Paulo compreendeu de tal forma esse Amor que nos deixa enternecidos com sua I Epistola aos Corintios, capitulo 13: 1-13: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá”... e encerra, magistralmente afirmando: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor, estes três; mas o maior destes é o amor”.

Sem dúvida, é o amor que nos abre as portas do pensamento e do coração à vida. É ele que nos ilumina o caminho, afim de sabermos para onde seguir. É o amor, o legado que o Divino Mestre nos deixou para tornarmos nossa vida realmente grandiosa... se há alguma grande lição a aprendermos em nossa caminhada, com toda certeza é o Amor!!

Diogo Caceres

quarta-feira, 15 de abril de 2009

A PRECE



Um recurso muito eficaz em meio a tantas lutas que enfrentamos e que muitas vezes esquecemos de utiliza-lo é a prece. Muitas vezes mal compreendida, não percebemos o potencial de renovação e paz encontrada numa prece proferida pelo coração!! Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, diz Allan Kardec : Os Espíritas sempre disseram: “A forma não é nada, o pensamento é tudo. Faça cada qual a sua prece de acordo com as suas convicções, de maneira que mais lhe agrade, pois um bom pensamento vale mais do que numerosas palavras que não tocam o coração”. Os Espíritos não prescrevem nenhuma fórmula absoluta de preces, e quando nos dão alguma, é para orientar a nossa idéia, e sobretudo para chamar a nossa atenção sobre certos princípios da doutrina espírita. Ou ainda com o fim de ajudar as pessoas que sentem dificuldades em exprimir suas idéias, pois estas não consideram haver realmente orado, se não formularam, bem os seus pensamentos.
Vemos pelo comentario que a força da prece não está propriamente nas palavras usadas, mas no pensamento unido ao sentimento com que ela é feita. Diz ainda Kardec no Cap. XXVII, de O Evangelho Segundo o Espiritismo: O Espiritismo nos faz compreender a ação da prece, ao explicar a forma de transmissão do pensamento, seja quando o ser a quem oramos atende ao nosso apelo, seja quando o nosso pensamento eleva-se a ele. Para se compreender o que ocorre nesse caso, é necessário imaginar os seres, encarnados e desencarnados, mergulhados no fluido universal que preenche o espaço, assim como na Terra estamos envolvidos pela atmosfera. Esse fluido é impulsionado pela vontade, pois é o veículo do pensamento, como o ar é o veículo do som, com a diferença de que as vibrações do ar são circunscritas, enquanto as do fluido universal se ampliam ao infinito. Quando, pois, o pensamento se dirige para algum ser, na terra ou no espaço, de encarnado para desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece de um a outro, transmitindo o pensamento, como o ar transmite o som.
E essa explicação fica mais clara diante das recentes pesquisas medicas sobre o assunto, como do médico Randolph Byrd, do Hospital Geral de São Francisco, na California, EUA. Ele pesquisou um grupo de 393 pacientes da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) coronariana que recebiam o mesmo tratamento médico. Eles foram divididos em dois grupos e um deles recebia prece intercessória a distância. Os resultados da pesquisa mostraram que, após receberem preces, os doentes melhoravam em alguns aspectos. Eles necessitavam de menos medicamentos como antibiótico e diurético, sofriam menos edema de pulmão e insuficiência cardíaca e quase não precisavam ser entubados para manutenção da respiração. Pesquisa semelhante tambem realizou o médico e professor titular de Imunologia da Faculdade de Medicina (FMD) da Universidade de Brasília (UnB), Carlos Eduardo Tosta, o diferencial foi o envolvimento de pessoas sadias, no lugar de enfermos. Participaram 52 estudantes de medicina, divididos em pares do mesmo sexo e da mesma idade. A idéia era verificar se a prece intercessória a distância poderia alterar a função de células de defesa, como os monócitos e os neutrófilos. Para a satisfação da equipe, os resultados revelaram que as células de defesa sofreram influência da prece. Quando os indivíduos que receberam a prece foram comparados com os que não receberam, ou o mesmo indivíduo foi comparado antes e depois de ser alvo da prece, comprovou-se que a prece aumentou a estabilidade da função celular, o que quer dizer que as células funcionaram melhor. “Quando interpretamos os dados, observamos que a prece teve o papel de induzir equilíbrio e isso faz sentido, já que em medicina equilíbrio é sinônimo de saúde”, explica o pesquisador responsável pelo estudo.


Realmente dia-a-dia o homem vem sendo chamado a prestar mais atenção em seu equibrio para alcancar uma saúde integral e a prece é um excelente recurso para o bem-estar, nos mantendo em contato com as forças sublimes da vida espiritual, pois quanto mais nos apegamos ao lado material e transitório, mais sofremos, mais dificuldades possuimos para superar as adversidades da nossa jornada. A prece nada tem que ver com formulas misticas, mas é potencial realizador em nossas vidas... que possamos nos tornar mais conscientes disso e de pensamento limpo, adentrarmos ao quarto de nosso coração, assim como Jesus nos recomendou, e na simplicidade e silencio de seu interior, falarmos com o Pai Maior, que na verdade não está nada distante de nós, mas encontra-se, invariavelmente, dentro de nós mesmos. E que assim possamos cultivar em nosso caminho a Sua Luz e Paz, como nos inspira a prece abaixo, feita pelo espirito Agar, transmitida a nós pela mediunidade de Chico Xavier:

Pai de infinita Bondade, sustenta-nos o coração no caminho que nos assinalaste!
Infunde-nos o desejo de ajudar àqueles que nos cercam, dando-lhes das migalhas que possuímos para que a felicidade se multiplique entre nós.
Dá-nos a força de lutar pela nossa própria regeneração, nos círculos de trabalho em que fomos situados, por teus sábios desígnios.
Auxilia-nos a conter as nossas próprias fraquezas, para que não venhamos a cair nas trevas, vitimados pela violência.
Pai, não deixes que a alegria nos enfraqueça e nem permitas que a dor nos sufoque.
Ensina-nos a reconhecer tua bondade em todos os acontecimentos e em todas as cousas.
Nos dias de aflição, faze-nos contemplar tua luz, através de nossas lágrimas e nas horas de reconforto, auxilia-nos a estender tuas bênçãos com os nossos semelhantes.
Dá-nos conformação no sofrimento, paciência no trabalho e socorro nas tarefas difíceis.
Concede-nos, sobretudo, a graça de compreender a tua vontade seja como for, onde estivermos, a fim de que saibamos servir em teu nome e para que sejamos filhos dignos de teu infinito amor.
Assim seja.


Diogo Caceres

terça-feira, 7 de abril de 2009

O lirismo (aqui e no além) de Guilherme de Almeida

Bom dia amigos e amigas que acompanham esse blog. Peço imenso perdão pela ausencia, mas depois de uma temporada afastado retorno com muita saudades de todos!! Agradeço muito o carinho de todos que nesse periodo passaram e deixaram seus pensamentos e opiniões, que Deus os abençoe sempre!! Agradeço tambem, a minha amiga Deia (bluebutterfly - http://www.aparakaki.blogspot.com/), pelo apoio e insentivo constante, realmente uma menina de ouro!!! Bem retorno com essa matéria, desejoso que todos tenham uma semana recheada de paz e que possam traçar mais algumas linhas da linda poesia que é a vida de cada um que por esse caminho passa!!! Grande abraço!!






Guilherme de Almeida nasceu em 24 de julho de 1890, em Campinas, SP, e morreu na capital paulista, em 11 de Julho de 1969. Em 1912, concluiu a Faculdade de Direito de São Paulo. Contudo, durante anos, a profissão que exerceu foi a de redator nos jornais O Estado de São Paulo, Folha da Manhã, Folha da Noite e Diário de São Paulo. Além disso, fundou o Jornal de São Paulo e também foi presidente da Associação de Imprensa.
Guilherme de Almeida participou ativamente da Semana da Arte Moderna em 1922. Pertenceu à Academia Brasileira de Letras e a diversas instituições culturais estrangeiras. Suas poesias foram publicadas pela primeira vez em 1917, no livro Nós. Vieram depois: A Dança das Horas (1919), Messidor (1919), Encantamento (1925) e outros, num total aproximado de 50 volumes, incluindo prosa e traduções.
Apreciemos o lirismo de Guilherme de Almeida em dois poemas: Nós, composto quando encarnado e Terceiro Soneto, recebido pelo médium Jorge Rizzini, publicado em Antologia do mais Além.








Nós
(Guilherme de Almeida - Encarnado)

Nessa tua janela, solitário,
entre as grades douradas da gaiola,
teu amigo de exílio, teu canário
canta, e eu sei que este canto te consola.

E, lá na rua, o povo tumultuário
ouvindo o canto que daqui se evola
crê que é nosso romance extraordinário
que naquela canção se desenrola.

Mas, cedo ou tarde, encontrarás, um dia,
calado e frio, na gaiola fria,
o teu canário que cantava tanto.

E eu chorarei. Teu pobre confidente
ensinou-me a chorar tão docemente,
que todo mundo pensará que eu canto.












Terceiro Soneto
(Guilherme de Almeida - Espirito)

Mas não te olvidei, meiga companheira!
Nem tu guardaste o meu velho retrato...
A vida é peça eterna, e a morte, um ato:
Não tem o amor limite nem fronteira!

Minha alma é da tua prisioneira...
E eis que ergo vôo, e como Ser abstrato
Avanço pelo céu - como um extrato!
Buscando a nossa casa derradeira...

E te vejo a lembrar nosso passado:
Juras de amor... bilhetes cor-de-rosa...
Alamedas... E, ali fico ao teu lado

E a nos fitar a imagem de Jesus...
E beijo tua face inda formosa,
Emoldurada por intensa luz...


Por Altamirando Carneiro - texto retirado da Ed. nº 55 da Universo Espirita

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

O Mal Existe?


Depois de um periodo sem conexão com a rede virtual, volto novamente agradecendo aos queridos amigos, que com muito carinho tem visitado esta pagina e depositado sua impressões e tantas palavras de afeto! Obrigado a todos, demonstram que a amizade supera qualquer distancia fisica e que sempre vale apena acreditar no bem e no amor, capaz de superar qualquer mal, apesar de, diante de muitas dificuldades do caminho, escutarmos pessoas acreditarem que estão sós, que o mal domina o mundo!!
Um professor ateu desafiou seus alunos com esta pergunta: - Deus fez tudo que existe?
Um estudante respondeu corajosamente:- "Sim, fez!"- Deus fez tudo, mesmo? - Sim, professor - respondeu o jovem.
O professor replicou:- Se Deus fez todas as coisas, então Deus fez o mal, pois o mal existe, e considerando-se que nossas ações são um reflexo de nós mesmos, então Deus é mal. O estudante calou-se diante de tal resposta e o professor, feliz, se vangloriava de haver provado uma vez mais que a Fé era um mito.
Outro estudante levantou sua mão e disse:- Posso lhe fazer uma pergunta, professor?- Sem dúvida, respondeu-lhe o professor.
O jovem ficou de pé e perguntou:- Professor, o frio existe?- Mas que pergunta é essa? Claro que existe, você por acaso nunca sentiu frio?
O rapaz respondeu:- Na verdade, professor, o frio não existe. Segundo as leis da Física, o que consideramos frio, na realidade é ausência de calor. Todo corpo ou objeto pode ser estudado quando tem ou transmite energia, mas é o calor e não o frio que faz com que tal corpo tenha ou transmita energia. O zero absoluto é a ausência total e absoluta de calor, todos os corpos ficam inertes, incapazes de reagir, mas o frio não existe. Criamos esse termo para descrever como nos sentimos quando nos falta o calor. - E a escuridão, existe? - continuou o estudante.
O professor respondeu: - Mas é claro que sim.
O estudante respondeu: - Novamente o senhor se engana, a escuridão tampouco existe. A escuridão é na verdade a ausência de luz. Podemos estudar a luz, mas a escuridão não. O prisma de Newton decompõe a luz branca nas varias cores de que se compõe, com seus diferentes comprimentos de onda. A escuridão não. Um simples raio de luz rasga as trevas e ilumina a superfície que a luz toca. Como se faz para determinar quão escuro está um determinado local do espaço? Apenas com base na quantidade de luz presente nesse local, não é mesmo? Escuridão é um termo que o homem criou para descrever o que acontece quando não há luz presente.
Finalmente, o jovem estudante perguntou ao professor:- Diga, professor, o mal existe?
Ele respondeu: - Claro que existe. Como eu disse no início da aula, vemos roubos, crimes e violência diariamente em todas as partes do mundo, essas coisas são o mal.
Então o estudante respondeu:- O mal não existe, professor, ou ao menos não existe por si só. O mal é simplesmente a ausência de Deus, a ausência do Bem. É, como nos casos anteriores, um termo que o homem criou para descrever essa ausência de Deus. Deus não criou o mal. Não é como a Fé ou o Amor, que existem como existe a Luz e o Calor. O mal resulta de que a humanidade não tenha Deus presente em seus corações. É como o frio que surge quando não há calor, ou a escuridão que acontece quando não há luz."
Verdadeiramente o problema do mal e do bem sempre está presente em nosso caminho. Por séculos se viu a figura do mal literalmente numa criatura sobrenatural, o diabo, que aterrorizava a imaginação popular!! Mas nos tempos atuais, a mente humana já não pode conceber tal crença literalmente. Afinal pela lógica, cientes de que há um Deus, que é todo poder e bondade, não poderia esse mesmo Deus criar uma criatura destinada a eternamente prejudicar a sua propria obra. Deus é a fonte de todo Bem e nenhum mal pode sair dEle. O verdadeiro mal, na realidade, acaba se encontrando dentro do próprio homem, quando ele deixa o orgulho e o egoismo fazer ninho em seu coração!! Não foi sem razão que Jesus afirmou: "não é o que entra pela boca do homem que o contamina, mas sim o que lhe sai impropriamente do coração, pois é daí que saem as fornicações, os adulterios, os crimes, os falsos testemunhos..."!! Cabe ao proprio homem fazer uma revista intima e com certeza chegará a conclusão de que a maioria dos males que o afligem foram gerados exatamente pelos seus excessos. Assim por si mesmo chegará a conclusão que por preencher seu intimo com coisas sem valor ao invés de deixar Deus entrar em seu coração é que se encontra diante dos verdadeiros males... que deixemos nosso Pai adentrar a nossa casa intima, aliviando nossos pesares. O mal, que é a ausencia do Bem, não pode encontrar lugar em quem acredita, na amizade, na verdade e na fraternidade, que no fim das contas é encontrar o Deus em nosso intimo. Como diz a letra da musica abaixo, That's The Way It Is ( É assim mesmo), "não se renda porque você pode vencer nessa coisa chamada Amor"!! De nada adianta durante as trevas da raiva, do desespero, da angustia, erguer os punhos contra ela para afasta-la , na maioria das vezes basta acender a vela do amor no coração!!! Abraço a todos e enorme paz!!!


Um amigo



Para quem quiser conferir a letra da musica:
http://vagalume.uol.com.br/celine-dion/thats-the-way-it-is-traducao.html

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Pequenos gestos... grandes Sentimentos!


E chegamos a mais um dia, mais uma nova semana... nossa como esses dias tem corrido. Corrido de tal maneira que não podemos perder mais um minuto com coisas que não nos acrescentam nada... tristeza, amargura, melindre... tô fora!!! Cada dia novo é um chamado para que revisemos nossa vida e descartemos os sentimentos e pensamentos que servem de pedra de tropeço. Vamos nos concetrar em coisas que deixam nosso dia mais rico... um bom dia convicente, não aquele "xoxo" que a pessoa nem olha nos olhos do outro. Mas um bom dia com sorriso no rosto, passando aquela vibração de animo lá em cima!! Nunca deixemos de lado um "por favor" em nosso convivio.. a humildade é sempre essencial na relação com as pessoas... precisamos demais uns dos outros e soberba não faz bem para a saúde de ninguém!! Ah.. não podemos esquecer tambem do obrigado... reconhecer os outros é ter respeito por como suas ações nos marcam no dia-a-dia, é dar gotas de luz pela contribuição feita em prol de nossa felicidade!! "Mas são coisas muito simples", alguém pode até dizer... mas são das pequenas coisas que se alcançam as grandes... são das pequenas atenções que damos as pessoas que estão a nossa volta, que vamos construindo uma relação de paz e harmonia... se não podemos realizar de maneira digna e boa as pequenas coisas da vida, como é que trataremos das grandes? Acredito que nenhuma atitude, por menor que seja, mas feita com amor é em vão!! A corda mais forte é composta de pequenos fios a se entrelaçarem... o mais brilhante colar de perolas é mantido unido pela humildade do fio que os prende. Ora, não menosprezemos as pequenas gentilezas em nosso caminho... são tesouros de amor que não nos custa nada distribuirmos. Acreditamos que se possuissimos grandes poderes ou grandes fortunas solucionariamos os problemas das pessoas, quando temos o melhor de todos os recursos em nossas mãos: o amor!! Simples, sereno, sincero... o maior tesouro que podemos conquistar em nossa vida!!! Não ignore os gestos de amor... não pense: ah mas fulana(o) sabe que eu gosto dela, que a amo... sabe como se não demonstramos?? São das nossas ações concretas que firmamos nosso amor, que edificamos a casa de nosso coração na rocha inabalavel que não há vento, tempestade, enxurrada que a derrube!!! Vamos seguir em frente, nessa segunda-feira que promete muita luta... mas que se não vacilarmos em nossas ações de amor, promete tambem muita felicidade!!!! Abraço a todos e muita paz!!!

Diogo Caceres