quarta-feira, 26 de agosto de 2009

A Lei de Amor

"Não existe maior incitamento ao amor do que adiantar-se a amar." (Santo Agostinho)

Dizem que o bom filho a casa torna, pois aqui estou de regresso, nesse recanto de reflexão, retomando as atividades da minha casa, do lar onde deposito e compartilho meus sentimentos e pensamentos, afinal lar é onde o coração está! Desde já peço que todos os amigos perdoem essa ausência.
Retorno com muito amor no coração, pois creio que o amor é a solução para as dificuldades de qualquer pessoa. Não falo aqui do amor no sentido vulgar do termo, pois inúmeras vezes o confundimos com as paixões do dia-a-dia, com desejo e até com sexo casual. Me refiro aquele Sol Interior que nos aquece a alma e ilumina a todos em nosso redor, trazendo coragem para as lutas e esperança de dias melhores. Falo daquela elevação de sentimento que nos permite doarmo-nos ao nosso semelhante, vencendo qualquer barreira entre nós, pois como disse o romancista Dostoievski, “amar alguém significa ver essa pessoa como Deus a concebeu”.
E falando de amor, não podemos ter referência melhor do que a do doce rabi da Galiléia. Homem tão extraordinário,  marcou inesquecívelmente a humanidade, que a própria historia é dividida em antes e após ele. Certa feita, novamente cercado pela multidão de sofredores de todos os tipos, em busca de consolo, de amparo, de esperança, numa região tão árida, de corações muitas vezes tão áridos quanto, é interrogado por um doutor da lei: “Qual o maior preceito da lei?”. E o Divino Amigo lhe responde, diante da multidão atenta: “O maior mandamento é este: amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.” E continuou: “o segundo é semelhante a este: amarás o teu próximo como a ti mesmo” E concluiu: “Nestes dois mandamentos estão contidos toda a lei e os profetas” (Matheus 22,34-41). Onde antes havia a lei do mais forte, onde habitava a lei da revanche, da discórdia, do “olho por olho, dente por dente”, passava, com Jesus, a ser compreendida a realidade da Lei do Amor. Lei que iguala a todos os homens, sejam ricos ou pobres, brancos ou negros, homens ou mulheres, pois necessitamos uns dos outros e devemos concorrer para a felicidade de todos!!
Já se passaram mais de 2.000 anos, quando Jesus pronunciou a divina palavra amor, iluminando corações de tal forma, que inúmeros não se importaram de sacrificar a própria vida em nome de ideal tão elevado, mas observando a situação atual de nossa sociedade, com avanços fantásticos na medicina, na era dos jatos supersônicos, no dia-a-dia com os meios de comunicação, como a internet, que nos permite nos relacionarmos com pessoas de qualquer ponto do planeta, ecoa grande questão no ar: nós vivemos numa sociedade que vivencia plenamente o amar ao próximo como a si mesmo? Nós aprendemos a amar?
Observando o homem dos dias de hoje, aflito, angustiado, enfrentando a chamada doença do século, a depressão, chegamos a conclusão que não. Quantas pessoas encontramos em nosso dia-a-dia que se afirmam infelizes, ou se não dizem demonstram pelo desanimo, pela desesperança, pela amargura e revolta? Apesar do avanço dos meios de comunicação, que nos permite cada vez mais contato uns com os outros, ainda não aprendemos a lidar com nosso semelhante, a nos relacionar. Exacerba o egoísmo, o individualismo, a competição. Mesmo diante de tantas facilidades da atualidade, vemos que mais até do que pão, o homem tem necessidade de amor. E muitos já afirmam: sou carente de amor, não sou amado!!! Mas a grande realidade é que somos carentes de amar. Não ser amado é uma simples desventura, a verdadeira desgraça é não saber amar.
Há diversos exemplos de pessoas que desistiram de se relacionar com o próximo, por decepções e desilusões que sofreram, como certa senhora, cuja a casa parecia um canil, devido o grande número de animais que possuía. Até aí nada de extraordinário, mas o que chamava a atenção era o fato de um dos cães comer a mesa com ela e dormir na mesma cama. As pessoas achando estranho a situação, lhe perguntaram: - por que este cão come e dorme com você? Porque eu decidi que vou gostar só de bicho, o ser humano é muito complicado, respondeu ela.
- Mas por que você pensa assim? Respondendo: - Olha, eu me decepcionei tanto com as pessoas que agora só quero o amor dos cães. Eles não traem, não mentem e melhor de tudo, obedecem sem reclamar!!! Isso acabou se tornando uma fuga para ela por não aprender a lidar com seus sentimentos.

O amor é uma construção diária, mas para alcançá-lo precisamos aprender a gostar das pessoas, por mais complicadas que elas sejam... É necessário erguermos o edifício do amor, através do convívio. Em O Livro dos Espiritos, na questao nº 768, Allan Kardec pergunta aos Espíritos superiores: O homem, ao buscar a sociedade, obedece apenas a um sentimento pessoal ou há também nesse sentimento uma finalidade providencial, de ordem geral? E eles lhe respondem: — O homem deve progredir, mas sozinho não o pode fazer pois não possui todas as faculdades; precisa do contato dos outros homens. No isolamento ele se embrutece e se estiola.
Então conviver é uma lei natural... devemos buscar o próximo para nosso crescimento intelectual, mas também moral!!! E para isso temos que nos concentrar não nos seus defeitos, mas nas suas qualidades... por mais diferente que alguém nos pareça, sempre possui uma qualidade. Precisamos nos focar na dor que o nosso semelhante possui e como podemos minorá-la e meus amigos, se abrirmos nossos olhos, quantas dores maiores que as nossas vamos encontrar. Utilizarmos nossa vontade de nos aproximarmos do outro. E para isso, inevitável, precisamos trabalhar nossa sensibilidade para com o próximo. Conta o escritor Tom Anderson que certa vez ouviu alguém afirmar que o amor deve ser exercitado como um ato da vontade. Uma pessoa pode demonstrar amor através de gestos simples. Impressionou-se com o que ouviu. Reconheceu-se egoísta e que havia se tornado insensível ao amor familiar. Ficou imaginando que poderia melhorar o relacionamento afetivo se deixasse de criticar tanto a esposa e os filhos. Se não ligasse a televisão somente no canal de seu interesse. Se deixasse de se concentrar na leitura do jornal e desse um pouco de atenção aos familiares. Durante as férias de duas semanas, em que estavam juntos na praia, decidiu ser um marido e pai carinhoso.
No primeiro dia, beijou a esposa e falou como ela estava bem, vestindo aquele suéter amarelo. Você reparou! – falou admirada. Logo que chegaram à praia, Tom pensou em descansar. Mas a esposa o convidou para dar um passeio, junto ao mar. Ia recusar, mas lembrou da promessa que fizera a si mesmo, por isso foi com ela. No outro dia, a esposa o convidou para visitar um museu de conchas. Ele detestava museus, mas foi. Numa das noites, não reclamou quando a ela demorou demais para se arrumar e eles chegaram atrasados a um jantar. E assim se passaram doze dias. As férias estavam por terminar. Entretanto, Tom fizera a promessa de continuar com aquela disposição de expressar amor. Foi então que ele surpreendeu a esposa muito triste. Perguntou-lhe o motivo, ela lhe indagou: você sabe de alguma coisa que eu não sei?

Por que pergunta? Disse o marido. Bem, é que eu fiz aqueles exames rotineiros há algumas semanas. Segundo me disse o médico, estava tudo bem. Mas, por acaso ele disse alguma coisa diferente para você? Não, afirmou Tom. Claro que não. Por que deveria?
É que você está sendo tão bom para mim que imaginei estar com uma doença grave, que iria morrer. Não, querida, tornou a falar Tom, sorrindo, você não está morrendo. Eu é que estou começando a viver.

E da mesma forma, começamos nós também a viver, a partir que nos permitamos nos sensibilizar com o próximo, nos colocar em seu lugar, fazendo a ele tudo que gostaria que nos fizesse, não importando se retribui ou não esse amor. Jesus foi o Mestre da Sensibilidade! Vemos um episodio do evangelho, Jesus visitando certa aldeia, cercado mais uma vez de uma multidão.... lá um publicano de nome Zaqueu deseja ardentemente ver esse novo profeta que traz uma mensagem de Paz e de amor, dessedentando a tantos sequiosos da água divina de seu coração. Não podendo se aproximar, Zaqueu sobe em uma arvore para ver Jesus... Jesus o vendo, pede que desça pois ficará em sua casa... Zaqueu desce feliz da vida, emocionado pela consideração... estando já em casa diante de Jesus e dos discípulos, assevera que restituirá a quem prejudicou ao quádruplo e dará metade de sua fortuna aos pobres, tão tocado que foi por Jesus e seu exemplo renovador! Tudo isso porque Jesus teve a sensibilidade de ver através do "publicano"... assim como viu alem da mulher possuída por espíritos malignos em Maria de Magdala, que encerra sua caminhada terrena com o coração iluminado de amor socorrendo aos desamparados no Vale dos Leprosos. Assim como viu alem do que o doutor da lei fanático e perseguidor de cristãos em Saulo de Tarso, vindo a convidá-lo na estrada de Damasco, a espalhar sua boa nova, a Lei de Amor, como Paulo de Tarso a todos os povos. Ora, Paulo compreendeu de tal forma esse Amor que nos deixa enternecidos com sua I Epistola aos Corintios, capitulo 13: 1-13: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá”... e encerra, magistralmente afirmando: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor, estes três; mas o maior destes é o amor”.

Sem dúvida, é o amor que nos abre as portas do pensamento e do coração à vida. É ele que nos ilumina o caminho, afim de sabermos para onde seguir. É o amor, o legado que o Divino Mestre nos deixou para tornarmos nossa vida realmente grandiosa... se há alguma grande lição a aprendermos em nossa caminhada, com toda certeza é o Amor!!

Diogo Caceres

15 comentários:

Vivian disse...

...Diogo querido,
que maravilha de post
para comemorar o teu
regresso entre os amigos
de blogs!

falar de amor é sempre
muito bom.

e excercitá-lo, então...
que dádiva divina é!

um beijo, querido lindo!

Anônimo disse...

Bom Dia Queridoooooooooo!!
Viver o Amor é impresindivel !!
O amor por Deus, por nossa familia, por nossos amigos, por nossos irmãos..
O Amor tudo pode , tudo vence!!
Adorei ler tudo por aqui, ler a epistóla de Paulo aos Corintos ?
Nossa meu predileto.
"Ainda que eu falasse a lingua dos anjos e dos homens e não tivesse Amor ..Eu nada seria!!"
sinto isso em mim como uma eterna verdade!!
Voltou arrebenando Querido!!

Te Amo meu irmaozinho Querido..
Que A paz e o Amor sempre invadam seu coração lindo!!!

Beijos dessa sua mana Japa :D

SuEli disse...

BOA TARDE, Diogo

Seja Bem-Vindo !

Recomeçou com um lindo post. Parabéns!

Uma abençoada caminhada, no Amor.

Fique com Deus,

Cris Michelon disse...

Boa tarde !!

Diogo, Amar é abrir as portas de nossos corações, sem forçar quem quer que seja a passar por ela. Amar é mostrar caminhos dando sempre as oportunidades necessárias, pois o Amor nos ajuda a compreender e não se revoltar com as privações humanas.

E lembre-se sempre que o Amor é a semente do Cristo em nós.

Belíssimo texto... bom retorno..

gande abraço

Branca disse...

Ei Diogo,
que bom que voltou!
Maravilhoso post sobre o sentimento mais puro que existe e que muitas vezes é deixado em segundo plano.

Ler e falar de amor é sempre muito bom!

Boa noite...bjo carinhoso.

Teresa Cristina disse...

Jesus, ensina-nos o amor para que vivamos no coração os sublimes sentimentos que há muito louvamos na palavra e esquecemos ou não sabemos como aplicar.
*Diogo, muito bom te ter de volta...fez falta viu?
Bjss
Sdds

Cleo disse...

Diogo, longo texto, mas maravilhoso. Eu vim regar esta planta chamada amor, e deixo aqui meu carinho. Um maravilhoso fim de semana prá ti.
Beijos no coração.

Blogando Francês disse...

Seja bem vindo e parabens pela postagem.
Bjs querido

Unknown disse...

Querido amigo, voltaste com toda a força, este post está maravilhoso, uma fonte de iluminação.
Continue com esta inspiração para que a gente possa usufrir destes ensinamentos.
Beijos

Paula Barros disse...

Esse é o amor que transforma, que contrói, que ampara. Esse é o verdadeiro amor.

Difícil, não é fácil. Principalmente com o imediatismo e a intolerância, onde se busca o belo, o perfeito, o sem defeitos.

A intolerância e o egoísmo tem predominado nas relações (de todos os tipos), por isso as muitas dificuldades e atrocidades.

Que bom que está de volta, a nos fazer refletir, nos ajudando, com o amor que ajuda, edifica e muda.

abraços

Mara Virginia disse...

Olá Diogo, feliz retorno e espero que os embates da vida não o afaste, nem o esmoreça, precisamos ler estas palavras que saem do seu coração com grande sabedoria, e o post sobre o amor está perfeito parabéns.

Muita PAz!

Sonia Schmorantz disse...

Boa semana !!
Repartir suas alegrias
é como espalhar perfumes sobre os outros:
sempre algumas gotas
acabam caindo sobre você mesmo!
abraço

Vanessa V. disse...

Adorei a frase da introdução, por baixo da imagem, diz tanto!

Joéliton Santos disse...

Concordo com a Vivian, que maravilha de post,,,

Quero agradecer o carinho que deixou no meu blog.

Abraçãoo...

Anônimo disse...

Passando para deixar um mega abraço

\-----------[:D]------------/


Te adoruuuuuuuuuuuu